Super digital — Bench Mark

Cristina Guarinho
4 min readFeb 1, 2021

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Já nas minhas primeiras semanas de Try consultoria, fui apresentada ao projeto Super Digital, um banco 100% digital com a estrutura do Santander, onde teríamos o desafio de construir produtos, dentro de duas frentes: Pessoa física (onde trabalhei na squad de créditos) e Pessoa Jurídica, onde mais tarde tive a oportunidade de trabalhar com a vertical de gestão corporativa.

Nesse momento, estávamos nos aspectos iniciais e gerais do projeto, dentro de uma equipe pequena. Peguei o bonde andando um pouquinho, mas deu tempo de participar do Bench inicial.

Primeiros passos

Começamos analisando todos os pontos necessários para análise, de acordo com o objetivo do projeto: a construção de um banco digital, elevando a inovação, usabilidade e experiência.

Dentro disso, identificamos fluxos e features principais, pontos que seriam interessantes contemplar no bench de forma mais detalhada, chegamos a lista:

  1. Abrir uma conta
  2. Fazer cash-in com dinheiro na conta e depois uma transferência para uma pessoa de outro banco
  3. Simular uma contratação de empréstimo
  4. Simular uma contratação de seguro
  5. Solicitar um cartão de crédito
  6. Investigar features relacionadas a educação financeira

Alguns critérios de avaliação também foram listados:

  • Usabilidade: funcionalidade, tipos de etapas e facilidade de uso
  • Credibilidade (segurança, conforto): etapas de segurança, método de segurança e confiabilidade da interface
  • Tecnologia: Necessidade de autenticação por meio de impressão digital, senha ou fotos
  • Recorrência (lealdade): recursos de retenção: funcionalidades de uso contínuo

Tínhamos também outro aspecto para levar em consideração: Deveríamos analisar a nível global, levando em conta que é um produto Latam. Dentro disso contamos com a ajuda de diversos designers nativos dos países analisados, para isso foi utilizada a plataforma UpWork.

Criamos um roteiro de analise, que enviávamos para os designers, assim tendo acesso as mesmas informações de cada player, percebendo os pontos de encontro de cada país de forma mais clara. Em específico, do país onde nos encontrávamos (Brasil), tínhamos o acesso as informações para analise de forma facilitada, naturalmente realizamos o roteiro nós mesmos, e assim iniciamos o processo.

Expandindo a mente

Após essa primeira fase de recebimento dos fluxos, analisados e informações necessárias, passamos para um momento de mergulho nas realidades de cada país. Até o nosso breve contato com os designers internacionais nos mostravam muito sobre o aspecto cultural e necessidades de cada ambiente. Por exemplo:

No Peru, onde mais de 39% dos distritos não têm banco ou caixa eletrônico, o banco digital ajuda os trabalhadores rurais a superar a infraestrutura precária e a geografia difícil

No Uruguai, onde dinheiro vivo é mais utilizado, mesmo existindo taxas para cash-out. Existe a oportunidade para o convencimento de economia/educação financeira para opções digitais.

Identificando os insights

Começamos a entender e descobrir diversos pontos, assim destacamos de acordo com cada vertical analisada:

  1. Aspectos gerais — Lista de features e pontos diferenciais já encontrados nos players.
  2. Pontos fortes e pontos fracosAnalisamos dentro dos critérios de avaliação e contexto do player.
  3. OportunidadesTudo que os players não fazem, ou precisam desenvolver mais, dentro do contexto identificamos como oportunidade.

Assim os padrões foram surgindo e ficando tudo cada vez mais claro.

Utilizando todo o seu poder

A análise competitiva fornece uma estratégia ofensiva e defensiva, a fim de identificar oportunidades e ameaças, ajudando a você a tomar decisões mais concientes, construindo um novo produto ou implementando novas ideias em produtos já existentes. Um Benchmark também é uma boa estratégia para uma super imersão no produto e conseguir entender melhor o modelo de negócio.

Todo o processo ajuda você ver além, principalmente em ambientes que você ainda não tem completo conhecimento ( sim, é o mais recorrente!), chegando assim até o seu usuário, qualquer forma de ficar mais perto pode te oferecer informações muito ricas ao longo de todo o processo de design.

Tenho outro artigo falando sobre isso aqui:

Benchmark: qual é o ponto? Quando e por quais motivos você deve fazer uma análise competitiva

Aprendizados e agradecimentos

Foi uma ótima maneira de começar um novo trabalho, fazendo um bench, nada melhor de começar pelo começo não é mesmo?

Agradecimentos especiais aos meus colegas Monique Sena e Henrique Bordo e a sénior que nos acompanhou e nos mostrou o caminhos entre as pedras para esse super Benchmark, Marina Del Freo.

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